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Mostrando postagens de maio, 2023

Isadora Duncan: a breve vida de uma bailarina

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Isadora Duncan  Dora Angela Duncanon, conhecida como Isadora Duncan,  nasceu em São Francisco em 27 de maio de 1877.  Era filha do poeta  e negociante de arte, Joseph Charles,  e da pianista Dora Gray Duncanon.  Em 1896 foi para Chicago e integrou a companhia de Agustín Daly. Mas o ballet clássico não agradava. Em 1898 foi para Londres onde desenvolveu sua própria técnica de dança. Fez sua estreia em Paris 1902, aos 25 anos, no teatro Sarah Bemhadth. Foi a precursora do ballet moderno. Dançava com roupas esvoaçantes,  descalça e com movimentos livres, inspirada nas dançarinas  dos vasos gregos do museu do Louvre (outras fontes dizem que a inspiração foi nos vasos gregos do museu britânico). Morou na Grécia e na Áustria. Em Moscou chamou a atenção da bailarina Ana Pavlova, entre outros. Gostava de trabalhar com composições  de Chopin e Wagner,  nada convencionais do ballet da época.  Casou-se com o coreógrafo inglês,  Gordon Graig,  com quem teve um filho. Seu segundo casamento foi com

Laurinda Santos Lobo: A Dama dos Mil Vestidos

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  Laurinda Santos Lobo  Laurinda Santos Lobo nasceu em Cuiabá, em 1878 e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda jovem. Foi morar com seu tio, Joaquim Murtinho,  nessa altura médico da princesa Isabel,  do Visconde de Ouro Preto, de Marechal Deodoro e outros figurões da época. A família Murtinho era dona de muitas terras no Mato Grosso é que produzia erva mate. Joaquim Murtinho era proprietário da fábrica Mate Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Murtinho também era acionista da companhia de bondes carioca Ferro-Carril. Homem poderoso, morreu sem filhos e deixou toda sua fortuna para Laurinda.  Laurinda se torna uma mulher rica, independente, dona de si, que recebia em seus salões intelectuais,  políticos 4 e artistas talentosos iniciantes. Seu amigo João do Rio, certa feita,  apareceu em Santa Teresa com uma bailarina desprovida de sorte, no ano de 1916. Era a norte americana Isadora Duncan,  expulsa da Argentina por dançar semi nua em Buenos Aires com a bandeira nacional do país sobre os omb

O Teatro Lucinda: o início da era de ouro da Praça Tiradentes

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  Lucinda Simões e Furtado Coelho  O teatro Lucinda foi inaugurado em 26 de junho de 1880 pelo dramaturgo português Furtado Coelho. O Lucinda ficava na rua  Espírito Santo, atual rua Pedro I,  na praça Tiradentes. O teatro Recebeu esse nome em homenagem a esposa de Furtado,  a atriz portuguesa Lucinda Simões.  Em junho de 1885 o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz assistiram no Lucinda A Festa Artística,  de Arthur Azevedo. Acolheu calorosos debates entre Silva Jardim e José do Patrocínio em reunião com militantes monarquistas e republicanos, recebeu o primeiro cinematografo do Brasil e acolheu o Congresso Operária do Brasil. Olavo Bilac escreveu uma poesia satírica em uma revista sobre o teatro. "Fui ao jardim do Apolo ao jardim do Recreio e ao do Lucinda. Vi moças de farto seio; Vi senhores de olhar cúpido e ardente; vi Tanta gente passar, às tontas por ali! Vi namoro, e chalaça, e farsas, e bebidas, E mais nada..."   Também recebeu  grandes elogios. "Não causará esp

Dom Pedro: usurpador ou salvador da pátria?

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Pintura de Dom Pedro I. Simplício de Sá, 1823. Pintura de Dom Miguel.  Johan Nepomuk Ender, 1827 Existe uma grande controvérsia na história de Portugal que até hoje gera discussões. As turras entre Dom Miguel e Dom Pedro pelo trono português. Pela constituição portuguesa o verdadeiro rei seria Dom Miguel. Dom Pedro tinha perdido o direito ao trono quando declarou -se imperador do Brasil. Com isso Pedro  automaticamente abdicou a favor de seu irmão.  Dom Miguel defendia um reinado absolutista. Em Portugal havia um movimento liberal moderado. Dom João VI se inclinara aos liberais e antes de morrer aconselhou a Dom Pedro que fosse a Portugal para conter seu irmão.  Com a morte de Dom João VI e a suspeita de assassinato do rei por envenenamento  a situação ficou mais tensa. O monarca já apresentava problemas de saúde e um grande desgaste emocional, parte em decorrência de seu casamento com Carlota Joaquina. Carlota era uma mulher vingativa,  oportunista e articulada com grande poder de per

Noel Rosa, o Grande Gaiato

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Uma foto de Noel Rosa dedicada à Araci de Almeida.   Noel Rosa fez amizade com alguns motoristas  de táxi,  um deles atendia pelo nome de Malhado.  Malhado gostava de cantar, adorava serestas   e cantava músicas com um vocabulário rebuscado que nem ele sabia o significado das palavras. Um dia Noel resolveu fazer uma brincadeira com o Malhado. Compôs uma pequena música para ele cantar em baixo da janela das filhas de um coronel de Vila Isabel.  Dê noite bem tarde com Noel ao violão Malhado contou: "Saí da tua alcova com o prepúcio dolorido Deixando seu clitóris gotejante De volúpia emurchecido Porém, o gonococos da paixão Aumentou minha tensão." O coronel acordou e disparou vários tiros na direção deles. Saíram correndo e Malhado exclamou: "O que houve? Não entendi nada." Noel respondeu: "Está vendo Malhado, a falta de sensibilidade dessa gente? A aparência tristonha e deformada que passam de Noel Rosa é totalmente falsa. Noel Rosa tinham muito bom humor e era u

Tia Ciata: O Presidente da República, o Samba e o Candomblé

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Hilaria Batista,  a Hilaria d'Oxum ou simplesmente Tia Ciata.  Tia Ciata nasceu na Bahia e chegou ao Rio de Janeiro em 1870. Era filha de santo do babalorixa africano Bamboxê Obiticô da casa do Engenho Velho de Salvador. Morou na rua da Alfândega e  na rua Visconde de Itaúna,  em frente à praça onze (essa rua não existe mais). No Rio de Janeiro foi mãe pequena do terreiro do babalorixa João Alaba,  na rua Barão de São Félix. Em sua casa da Visconde de Itaúna  tia Ciata recebia amigos como Pixinguinha, Heitor dos Prazeres e Donga para um  pagode ao som de choro e de maxixe. Esses pagodes sempre eram denunciados à polícia, que prontamente aparecia e ordenava o fim da reunião. Foi no quintal de tia Ciata,  de baixo do abacateiro,  que nasceu o samba carnavalesca  Pelo Telefone (uma composição mais inclinado para o maxixe do que para o samba canção).  O terreiro de João Alaba era frequentado por políticos e funcionários do governo. O presidente Venceslau Brás adoeceu com umas feridas n

O Sebastianismo no DNA do Brasil

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Dom Sebastião Pintura a óleo do português Cristóvão de Moraes,  1571.  O sentimento político da maioria dos brasileiros é messiânico. Sempre acham que um um líder vai salva-los da opressão e da miséria. Hoje de manhã me ocorreu uma pergunta: de onde vem esse sentimento? Isso é recente ou está no DNA da sociedade?  Pesquisando um pouco percebi que a ideia de um "salvador da pátria " pode ser , de fato,  cultural. Os tropas de Portugal,  lideradas pelo jovem e inexperiente rei Dom Sebastião,  lutaram em Alcácer Quibir,  no atual Marrocos,  contra os árabes em 4 de agosto de 1578. Dom Sebastião simplesmente sumiu e foi dado como morto. Seu corpo nunca foi encontrado. O rei não deixou herdeiros e o trono foi ocupado por seu tio avô,  o cardial Dom Henrique, que morreu alguns  anos depois,  também sem herdeiros. Quem assumiu o trono foi Dom Felipe,  rei da Espanha.   Os portugueses não queriam que o reino fosse submetido a um rei espanhol, e como o corpo de Dom Sebastião não foi e

A Justiça e a Perfeição Divina

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  Escultura em mármore de Pã encontrada em Pompeia.  O deus grego Pã, filho do deus Hermes com uma ninfa,  habitava os bosque e campos. Era  considerado o deus dos pastores. Pã vivia em modus copulandi, passando a maior parte do seu tempo assediando as ninfas. Uma das ninfas, Syrinx,  tornou-se sua obsessão. Mas Syrinx não se rendeu a sedução de Pã e desesperada ( origem da palavra pânico) se atirou de um rochedo e morreu. Seu corpo se transformou em uma cana e dessa cana  Pã fez uma flauta.  Com a flauta rústica nas mãos Pã jugou-se tocar a música mais bela,  melhor do que a harpa do deus Apolo. Então, Pã convocou Apolo para um duelo musical. A harpa de Apolo era ajustada de forma harmoniosa, com o som da perfeição cósmica. Já se sabia que a flauta de Pã não teria como supera-la.  A opinião de todos foi unânime: a harpa de Apolo era perfeita. Esse é o conceito de justiça para os antigos gregos. Justiça nada mais é do que algo ajustado,  que tem harmonia,  perfeito. Injustiça é o caos.

O Farisaismo e a Tradição Oral da Reencarnação

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  Ressurreição de Cristo. Pintura a óleo sobre madeira de Rafael  (1499 - 1502) O partido dos fariseus começa no século dois antes de Cristo,  durante o tempo dos Macabeus. Mas o pensamento farisaico tem sua origem no tempo de Esdras. A origem da palavra fariseu é a palavra perushin, que significa  apartados ou separados. Era um grupo de judeus que se apartaram dos judeus não religiosos,  da influência helenistica e apartados de um outro partido judeu chamado de saduceus.  Em  Antiguidades Judaicas,  livro XIII , página 18, do historiador do primeiro século,  Flávio Josefus,  diz a respeito de uma tradição farisaica, " Contentar-me-ei em dizer agora que os fariseus, que receberam estas constituições pelas tradições dos seus antepassados, as ensinaram ao povo. Os saduceus,  porém,  as rejeitavam porque elas não estão compreendidas entre as leis dadas por Moisés, e estes afirmam que são as únicas qye são obrigados a observar. Isto fez surgir uma grande divergência que deu origem a d

Lúcius, o imperador acomodado

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  Lúcius Ælius Aurélius Commodus , imperador de Roma entre os anos de 180 dC a 192 dC. Foi filho do grande imperador,  general e filósofo, Marcus Aurelius Commodus Antoninus.  Herdar o império foi inevitável. Os imperadores romanos não tinham filhos homens a mais de 80 anos. Quando Marcus Aurélius morreu Commodus tinha deixado claro que não nasceu para ser um governante. Seu passatempo preferido era concubinas,  vinho e jogos. Durante seu governo Roma passou por severas crises de traições, fome  e pestes para o povo, e gastos desnecessário com jogos ( gladiadores  ).  Foi o único imperador romano a lutar como gladiador. Foi estrangulado por Narciso, um famoso gladiador romano. Na imagem acima vê-se Commodus de barba.   Mas o uso da barba foi adotado pelos impederadores, bem como por outros da alta sociedade romana, após o governo de Hadrianus, tio de Marcus Aurelius, que usava  barba por causa dos filósofos gregos. Hadrianus passou boa parte de sua juventude estudando filosofia na Gréc