A Justiça e a Perfeição Divina

 

Escultura em mármore de Pã encontrada em Pompeia. 


O deus grego Pã, filho do deus Hermes com uma ninfa,  habitava os bosque e campos. Era  considerado o deus dos pastores. Pã vivia em modus copulandi, passando a maior parte do seu tempo assediando as ninfas. Uma das ninfas, Syrinx,  tornou-se sua obsessão. Mas Syrinx não se rendeu a sedução de Pã e desesperada ( origem da palavra pânico) se atirou de um rochedo e morreu. Seu corpo se transformou em uma cana e dessa cana  Pã fez uma flauta. 

Com a flauta rústica nas mãos Pã jugou-se tocar a música mais bela,  melhor do que a harpa do deus Apolo. Então, Pã convocou Apolo para um duelo musical. A harpa de Apolo era ajustada de forma harmoniosa, com o som da perfeição cósmica. Já se sabia que a flauta de Pã não teria como supera-la.  A opinião de todos foi unânime: a harpa de Apolo era perfeita.

Esse é o conceito de justiça para os antigos gregos. Justiça nada mais é do que algo ajustado,  que tem harmonia,  perfeito. Injustiça é o caos.  De acordo com esse pensamento  tudo que desenvolve perfeitamente sua função é justo e, portanto,  divino.  O nosso coração começa a bater no primeiro mês de gestação,  e continua a bater por 50, 70, 90 anos. O nosso coração executa perfeitamente sua função, assim como o resto dos órgãos. O vento sopra levando as nuvens para todo o planeta e  espalha as chuvas e as sementes. Pela perfeição das funções naturais  o nosso coração e o vento fazem parte da justiça divina. 

Ser justo é saber ajustar as coisas para que se tornem harmoniosas e perfeitas. Ser divino é executar sua função natural de forma justa. 

Referência:

Razão e Sentimento. Clóvis de Barros Filho. Aula 9. https://youtu.be/5k8gxLIIMSM



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