O Teatro Lucinda: o início da era de ouro da Praça Tiradentes

 

Lucinda Simões e Furtado Coelho 


O teatro Lucinda foi inaugurado em 26 de junho de 1880 pelo dramaturgo português Furtado Coelho. O Lucinda ficava na rua  Espírito Santo, atual rua Pedro I,  na praça Tiradentes. O teatro Recebeu esse nome em homenagem a esposa de Furtado,  a atriz portuguesa Lucinda Simões. 

Em junho de 1885 o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz assistiram no Lucinda A Festa Artística,  de Arthur Azevedo. Acolheu calorosos debates entre Silva Jardim e José do Patrocínio em reunião com militantes monarquistas e republicanos, recebeu o primeiro cinematografo do Brasil e acolheu o Congresso Operária do Brasil. Olavo Bilac escreveu uma poesia satírica em uma revista sobre o teatro.


"Fui ao jardim do Apolo ao jardim do Recreio e ao do Lucinda. Vi moças de farto seio; Vi senhores de olhar cúpido e ardente; vi Tanta gente passar, às tontas por ali! Vi namoro, e chalaça, e farsas, e bebidas, E mais nada..." 


 Também recebeu  grandes elogios.


"Não causará espanto se dissermos que o Lucinda apresentava anteontem um aspecto de deslumbramento festivo; camarotes, varandas, cadeiras estavam literalmente cheios do que de melhor encerra a sociedade fluminense; não só no jardim, mas nos corredores do teatro, havia uma massa compacta de povo, que se aglomerava numa promiscuidade original, ansioso, sôfrego por ver o Bilontra, .... escrita pelo nosso colega Artur Azevedo e pelo Dr. Moreira Sampaio, os iniciadores, entre nós, deste gênero de peças, que parecem fadadas a grande popularidade, para regalo do público e felicidade dos empresários"

Referências:

Gomes da Silva,  Ezequiel. De Palanque,  As Crônicas de Arthur Azevedo no Diário de Notícias (1885/1886). Unesp Cultura e Academia. 2011. 

Tâmega Menezes,  Angela. O Largo de São Francisco e a Praça Tiradentes: sua importância e complementaridade na vida pública e cultural do Rio de Janeiro. 1808 - 1920.  UFRJ, 1998


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